terça-feira, 30 de setembro de 2008

Mostra da FAP

Que semana porreta.
Quando chegou o fim de semana eu estava muito cansada pois participei de tudo que era possível. Estava cansada sim, mas a satisfação de ver e ouvir tanta coisa boa foi muito maior.

Eu entendo que as pessoas tem que fazer escolhas, mas acho que nesse momento que estamos vivendo (final de curso, tcc e afins), é necessário sermos esponjas para absorvermos tudo que possa ser somado ao nosso trabalho de final de curso.

O último bimestre chegou.
Aquela vontade de poder voltar no tempo vai bater em todos nós, mas como ainda não podemos fazer isso, espero que TODOS nós possamos nos doar 100% nesses minutos finais dessa partida.


Clarissa Cappellari

O CORPO E A MODA

Desde a década de 90,a moda assumiu uma multiplicidade de tendências que nos permite dizer que,atualmente,tudo é permitido vestir.Ao contrário do que mostrou a moda, desde o seu surgimento na Idade Média até meados do século XX, não pode-se mais verificar uma “ditadura” que determina,principalmente às mulheres,o que devem ou não vestir.O corpo, que até então era suporte da roupa,assume um lugar de destaque,confundindo-se com figurino,não é mais escondido sob estruturas com formas diversas,mas molda a própria roupa em modelos colantes ou decotados que criam o novo vestir que tem o próprio corpo como objeto da moda.
Vivemos uma atual explosão de culto ao corpo ,maximizada em nossos tempos pelas facilidades oferecidas pela medicina estética,e conseqüente elevação do status do corpo na moda.
Não é de hoje que as mulheres buscam apoio em artifícios para valorizar partes do corpo e esconder a ação do tempo sobre os mesmos. Desde a antigüidade isto já era visível,por exemplo,antes da existência do sutiã,as mulheres usavam suportes que sustentavam e erguiam os seios.Gregas e romanas,por exemplo, utilizavam um corpete de couro,pois seios grandes não eram muito apreciados em Roma.
Durante a história da moda,o corpo era desenhado pela estrutura da indumentária que o recobria,a “ditadura” da moda moldava os corpos,sempre mais severa com as formas femininas e o corpo percebido era o que se via por cima da roupa.
Na Idade Média é que surge a moda como conhecemos hoje,mostrando mais algumas partes do corpo do que outras,de acordo com a cultura do lugar e as exigências da época.
A partir da década de 60,a roupa passa a ser mais curta,mais justa,menos estruturada,deixando partes do corpo à mostra e criando uma nova relação corpo/roupa dando cada vez mais liberdade ao corpo.
Dos anos 80 até os dias atuais,são identificadas mais de uma maneira correta de vestir,os ciclos são cada vez mais curtos e as mudanças,cada vez mais rápidas.A imagem torna-se o imperativo da moda,e o que está na moda é ser jovem,magro e “sarado”.Revistas que evidenciam a boa forma se multiplicam nas bancas,o corpo torna-se mais evidente do que a roupa em si.
Chegamos na era da customização do corpo.Mulheres estão substituindo o espartilho que antes lhes conferia a forma desejada,por mudanças internas e radicais.Uma lipoescultura ou extrair um par de costelas reduz rapidamente alguns centímetros de cintura.O corpo então encontra-se,depois de séculos de sacrifícios e torturas:liberado.SERÁ?É contraditório.Nos livramos da tortura do espartilho e viramos escravas da dieta.Livres das estruturas que garantiam a silhueta da moda,não nos resta outra alternativa senão emagrecer de verdade!E aguardar a próxima tendência.

Anna Kristhine Knapp

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

DANÇA E TECNOLOGIA: LINGUAGEM HÍBRIDA LIMITA OU POSSIBILITA MÙLTIPLAS RELAÇÕES?

Como estudante do 4º Ano do Curso de Dança da Faculdade de Artes do Paraná, tenho me deparado com questionamentos acerca das vantagens ou desvantagens do uso da tecnologia na dança.
A minha dança é híbrida, pois o jazz agrega vários estilos que vem a somar, mas paradoxalmente, quando se trata de agregar tecnologia à dança, surpreendo-me com a resistência que tenho em utilizá-la, considerando que todo o movimento surge para a satisfação de um desejo humano, e que quando alguém dança, este desejo é o de expressar-se, comunicar aquilo que está dentro de cada um. Além do mais, a dança como manifestação artística, é efêmera, acontece uma única vez. Cada ação sempre leva a uma nova possibilidade, mas nunca retorna ao que foi realizado.
Apesar destas considerações, tenho consciência de que neste ritmo estonteante de novidades que a evolução tecnológica proporciona, a dança não pode ficar à margem.
Atualmente, o diálogo da dança com a tecnologia é inevitável. Dança é comunicação. Se antigamente entre o surgimento da linguagem e o da escrita, sucederam-se 1400 gerações, hoje, no intervalo de vida de uma mesma geração novos paradigmas tecnológicos são inventados e reinventados. A linguagem corporal também evoluiu e assume nos dias atuais uma nova tendência que passa a ser entendida como linguagem híbrida. Nessa tendência, o corpo que dança pode tanto limitar quanto possibilitar múltiplas relações.
Segundo Lévy (2003), compreender o corpo e a dança atualmente, é compreender o imaginário da cibercultura: não só a desmaterialização, mas também as possibilidades textuais, a interatividade e a circulação de informações por redes interplanetárias.
Entretanto, o filósofo Jean Baudrillard parece discordar radicalmente de Lévy ao se referir à questão da interatividade. Enquanto Lévy defende a idéia de que a imagem (corpo) perde a sua exterioridade de espetáculo, para abrir-se infinitamente à imersão, permitindo a participação da platéia(usuário) e considerando-a como co-autora da obra, Jean Baudrillard chega ao extremo de afirmar que “não existe interatividade com as máquinas (tampouco entre os homens..., e nisso consiste a ilusão da comunicação). A interface não existe. Sempre há por trás da aparente inocência da técnica, um interesse de rivalidade e dominação” (BAUDRILLARD, 2002, p. 117). Nesta mesma linha de pensamento, Erick Felinto, numa releitura de Virilo e Ken Hillis irá afirmar: “O discurso tecnocientífico, ao se manifestar como religiosidade (refere-se a Lévy e outros defensores da cibercultura) de uma época desencantada ou reedição tecnológica de credos gnósticos, faz desaparecer no horizonte do pensamento a materialidade e a corporalidade necessárias ao seu ancoramento no real”. (FELINTO, 2003, p. 60-61). Afirma ainda que “por trás das utopias acríticas e dos desejos de imaterialidade esconde-se a possibilidade de uma tirania digital, que suprimindo de seus discursos o corpo, encontra assim, novos e sutis modos de controlá-lo”.
Se para os filósofos tecnológicos positivistas a arte digital na rede ou em aplicativos de CD-Rom, procura levar ao extremo o potencial comunicativo e interativo, para Baudrillard e Virilo esta interação e trânsito fluído entre autor e receptor, esta imersão interativa do espectador anuncia não o apogeu da arte, mas a sua morte. “Quando todos se convertem em atores (pode-se por analogia considerar os coreógrafos – no caso da dança), não há mais ação. Fim da representação. Morte do espectador. Fim da ilusão estética” (BAUDRILLARD, 2002, p. 130).
Contrariando estas previsões catastróficas, Santaella afirma: “Com a entrada na era digital e virtual, o espaço real em 3D no qual o corpo se movimenta, dilata-se sob o efeito do transporte da mente pelos espaços multidimensionais da ciber-realidade. Entre esta dimensionalidade dilatada e o espaço real em 3D, o corpo torna-se uma superfície intermediática, torna-se um meio e uma mediação entre o presencial e o virtual, adquirindo ele mesmo uma nova dimensão multiplicada”. (SANTAELLA, 2004, p.74).
Percebo que esta hibridação deu origem a um novo sistema, que não é apenas corpo, tampouco se restringe à tecnologia. Esse tema mostra-se atual e questionador, no universo das práticas artísticas e corporais. Perceber como a dança, assim como outros inúmeros fenômenos artísticos, dialoga com as novas tecnologias possibilita observar modificações não só na própria arte, como também nas fronteiras que se estabelecem entre ser humano e máquina. Até que ponto isto tudo é benéfico, o tempo dirá, mas uma coisa é certa: a história nos mostra que as civilizações nunca voltaram para trás e Derrick de Kerckhove define de maneira singular o atual momento em que se dá a evolução da tecnologia. “Vivemos em estado permanente de inovação, e não é possível detê-la”.

"Quatro" em prol da SPAC



Oi gente!!
Estou aqui divulgando o espetáculo que vou dançar com mais duas alunas da FAP (Luiza e Ludmila), mais o Rafael (Professor de dançarino de Dança de salão) e dois meninos do BTG (Manuel e Igor). Dançaremos uma obra contemporânea com as Quatro Estações de Vivaldi, coreografia de Igor Vieira.
Estamos usando nossa arte para beneficiar a Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba(SPAC), a situação deste local é bem complicada, eles vivem de doações e ajudas, como a nossa!
Teremos os três dias no Regina Vogue, se conseguirmos lotar dará uma boa grana, nenhum bailarino vai ganhar cache, pelo contrário,estamos ensaiando pesado aos Sábados e Domingos inteiros desde o primeiro semestre deste ano!Mas tudo por esta ótima causa!!
Nos ajudem, vão assistir ou ao menos comprem um ingresso para colaborar!
Ajudem a divulgar também!
Tudo o que conseguimos (aluguel do teatro,figurino,gráfica,local de ensaio) foi graças à boa vontade das pessoas!
É isso!
Obrigada pela atenção!
Qualquer dúvida, falem comigo :)
Beijos!
Carolzinha Martins

Um pouco de história


Nos primórdios de raça humana a natureza era categorizada como algo indomável por seres mortais, acreditava-se aliás que os deuses manifestavam suas iras através dela e somente o caos imperava nesse sistema o qual recebe influencias de um fator externo.
A humanidade evoluiu e conseqüentemente seus conhecimentos também seguiram esse fato realizando assim descobertas das mais diversas a qual uma delas foi o domínio da natureza;conseguiam prever agora ciclos que se faziam regulares e assim eram analisados,registrados e pesquisados. Por volta do século XVIII a ciência já tinha avançado tanto nas descobertas de leis da natureza, que acreditavam já estarem muito próximo do final e o caos de antes teria dado lugar a regularidade quase incontestável de um relógio.
Só que, mais uma vez o planeta não ficou parado, vieram descobertas onde a imprevisibilidade estava presente em pesquisas dessa mesma ciência a qual queria instituir uma lei absoluta para até mesmo a natureza. A partir daí iniciou uma confusão e afrontas de pensamentos entre físicos-matemáticos tradicionais e os mais contemporâneos para a época já que estes primeiros acreditavam fielmente num caos ausente de qualquer tipo de ordem.
A nova matemática da complexidade começou no final do século XVI com Galileu Galilei, que realizava experimentos com sistemas e utilizava da linguagem matemática para formular as leis da natureza que descobriu. Galileu tinha uma visão que tendia a geometrizar todos os problemas matemáticos e a procurar respostas em termos de figuras geométricas. Vários séculos depois, filósofos islâmicos na Pérsia, desenvolveram uma forma diferente para a resolução de problemas matemáticos, a álgebra. Em uma geração mais jovem, surge René Descartes para unificar as duas abordagens diferentes: a geometria e a álgebra e com esse novo método, Galileu pôde expressar as leis da mecânica em forma algébrica, ou seja, como equações. Contudo, ambos não conseguiram encontrar uma equação que descrevesse o movimento de um corpo animado de velocidade variável, acelerado, ou desacelerado. Esse problema perturbou durante séculos matemáticos e filósofos até surgirem os Isaac Newton, o gigante da ciência, e o matemático alemão Gottfried Wilhelm Leibniz. Newton e Leibniz inventaram um novo método matemático, que é conhecido como Cálculo Diferencial, ou seja, equações envolvendo diferenciais chamadas equações diferenciais.
No final do século XIX, os cientistas desenvolveram duas diferentes ferramentas matemáticas a fim de modelar os fenômenos naturais. As equações do movimento exatas, deterministas, para sistemas simples; e as equações da termodinâmica, para sistemas complexos. Essas duas técnicas são muito diferentes entre si, mas com uma coisa em comum: ambas exibem equações lineares. As equações de Newton do movimento são apropriadas tanto para fenômenos lineares como para não-lineares. Porém equações não-lineares eram muito complexas para serem solucionadas, isto devido a natureza caótica dos fenômenos físicos associados. Isso levou os cientistas a evitarem estudar os sistemas não-lineares, como exemplo os fluxos turbulentos de ar e água.
Desde o surgimento das equações não-lineares, elas foram imediatamente linearizadas, ou seja, substituídas por aproximações lineares. Assim, em vez de descrever os fenômenos em sua plena complexidade, as equações da ciência clássica trabalharam com pequenas oscilações. Como conseqüência, a grande maioria dos cientistas acreditava que praticamente todos os fenômenos naturais poderiam ser descritos por equações lineares. Mesmo assim tais tipos de equações são uma das representações do real caos que se caracteriza por não ser uma desordem e sim um acontecimento constante constituído de lei mas que é aleatório.Ainda assim é importante ressaltar que a desordem não é uma negação da ordem,mas sua geradora, podendo ser encontrado então em meio a parte desorganizada do caos núcleos de ordem Mas, nestes últimos 30 anos, surgiu uma mudança decisiva, que é o reconhecimento de que a natureza, segundo afirma o físico inglês Ian Stewart, é “inflexivelmente não-linear”.
Os fenômenos não-lineares estão presentes em considerável parte do mundo , e também constituem um aspecto essencial de padrões de rede dos sistemas vivos. A teoria dos sistemas dinâmicos permite aos cientistas lidar com a plena complexidade dos fenômenos não-lineares. No mundo das equações lineares, pensava-se que sistemas descritos por equações simples comportar-se-iam de maneira simples, e aqueles descritos por equações complicadas se comportariam de maneira complicada, sendo cada qual proporcional. No entanto o que se observa é que a não-linearidade inclui grande parte do mundo real, onde equações deterministas simples podem produzir um comportamento inusitado. Por outro lado, comportamentos complexos e caóticos podem dar origem a estruturas ordenadas. O comportamento de sistemas caóticos não é somente aleatório, pois é constituído de um nível de ordem padronizada.
A partir disso, foram muitos os que colaboraram de diversas maneiras para os prévios conceitos desse sistema determinístico caos. Segundo Stewart, Henri Poincaré leva destaque pois foi o último dos tradicionalistas e o primeiro dos modernos se falando em físicos e matemáticos, já que explorou tudo que havia de teorias em seu tempo, inclusive as tão temidas equações diferenciais e desenvolveu uma matemática contínua - topologia.
Mas é com o estudo das convecções que Lorenz tem seu primeiro encontro com parte da teoria do caos.Por volta de 1.900,Henri Benard fez um experimento fundamental descobrindo que quando uma fina camada de liquido é aquecida a partir de baixo, pode formar células de convecção que aparentam ser favos de mel,Lorde Rayleigh derivou daí a teoria básica da convecção. Mas sempre existem mais, então em 1962 Saltzman formulou as equações para um tipo simples de convecção as quais eram sempre aproximadas,pois por existirem fatores complexos de soluções ele foi ignorando alguns deles. Dessa mesma maneira chegou a uma complexidade absurda que o obrigou a introduzir-las a um computador o qual trazia soluções irregulares,sem dúvida alguma não eram periódicas.
A maioria dos cientistas desconfiavam dessa tal máquina chamada computador e dificilmente alguém deles o tinha,mas por sorte o próximo interessado nessa investigação, Lorenz, já havia adquirido o seu e depois de eliminar toda a parte da equação a qual existia uma regularidade, reformulou-a e a introduziu em seu computador que diga se de passagem era bastante antigo em vista da tecnologia avançada dos dias atuais.
Em seu artigo ele mostra a oscilação de forma periódica nos primeiros 1.500 números ,mas essa mesma oscilação se constituía de maneira crescente e o que vem depois com certeza seria anormal;saíam de qualquer padrão e eram oscilações demasiadas violentas a ponto dele colocá-las em um gráfico x e y onde o desenho formava a imagem de aparentes dois rins artigo caos os quais em um primeiro momento se fundiam,mas Lorenz sabia que uma equação diferencial isso é impossível de se acontecer levando-o a deduzir que seriam duas lâminas muito próximas.Sim, da mesma forma que outros atratores estranhos¹ eram misteriosos,com o atrator de Lorenz não acontecia diferente,sendo este o mais conhecido e estudado quando se refere ao caos.
Era de se esperar que os metereologistas ficassem pasmos pois além disso, consegue encontrar uma organização nisso tudo ou seja, uma solução onde existe ordem e desordem atuando simultaneamente.Não satisfeito havia calculado uma equação a qual queria estudá-la, agora num período de tempo maior mas ao invés de esperar horas pelo seu computador concluir a solução, interrompeu a operação na metade anotando os números,para uma futura simples conferência e reinicio-o num novo ponto inicial. O que deveria ter acontecido era a repetição da segunda metade do processamento original, depois continuaria a partir dali.
Mas numa distração, depois de sair para beber um café notou que a máquina não estava seguindo o padrão ao qual deveria pois começava lentamente a repetir normalmente,seus números iam se divergindo até não ocorrer qualquer semelhança com que teria anotado. Estava encontrado o famoso “efeito borboleta”, ou seja, a instabilidade e imprevisibilidade de um acontecimento que se submete a alterações das condições iniciais.


“ O bater de uma única asa de borboleta hoje produz uma minúscula alteração no estado da atmosfera. Após certo tempo,o que esta efetivamente faz diverge do que teria feito, não fosse aquela alteração.Assim,ao cabo de um mês.um ciclone que teria devastado o litoral da Indonésia não acontece.Ou acontece um que não iria acontecer.”
(Stewart,1991 pp.155)


POr:Daiane Camargo.

domingo, 28 de setembro de 2008

Imagnes do processo de DES




Pesquisa de Carolina Camargo De Nadai

A semana da mostra acabou...

Mas foi muito bom enquanto durou! Debates, conversas, dicas, críticas, ensaios, testes e teses... Um espaço-tempo de intercâmbios dançantes! Este ano a mostra da FAP, em um formato de simpósio, mostrou seu amadurecimento. Porém, é importante, e mais que isso, necessário, a participação dos alunos. Fiquei refletindo quando a professora Rosemeri Rocha citou um dos anos em que a mostra foi organizada apenas por alunos... Pensei em como isso seria possível de ocorrer hoje; se todos se interessam tanto pelo dia em que dançam, e tão pouco em partilhar os outros diversos momentos além do seu workshop.
Ouvi críticas em relação a como a “mostra” se “mostra”, pessoas dizendo o quão inacessível ela se organiza ao público em geral. Felizmente, discordo! Pois se dando nas instalações da Casa Hoffmann - ambiente público - ela acontece para todos. Por vezes não vemos uma quantia de pessoas diversas quanto desejamos, mas e os alunos? Ajudam nesta divulgação que lhes é interessante?

Mais do que se pensa, as pessoas que presenciam e participam sem necessariamente serem atuantes na área da dança, são capazes de aceitar, elaborar suas idéias, analisando aquilo que presenciam. É um grande problema se os estudantes de dança estão com maior dificuldade em receber e elaborar crítica, (que sempre acontece para ser construtiva) e a análise, principalmente de suas próprias produções! Pois se até um bêbado que comicamente (até certo ponto) adentrou a Casa Hoffmann, teve condições de expressar suas percepções a cerca do que via; concluo que o exercício da análise-crítica deva ocorrer no âmbito acadêmico com maior naturalidade.

PS* Uma semana tão intensa em carga horária e atividades, que fico triste pelos momentos em que tive que optar pelo que fazer... Não puder participar 100%. A programação de manhã, tarde e noite – qual não estamos acostumados no dia a dia Fapiano – me obrigou a fazer ESCOLHAS!



Por Carolina Camargo De Nadai

Respeito é o que se pede.

“A relação professor-aluno é fundamental em todos os níveis e modalidades de ensino. Através dela o aluno pode ser motivado a construir seu conehcimento.”
Motivado ou desmotivado.
Em grandes ou pequenas proporções, a maneira como o professor profere sua opiniao, a maneira como este indica as possibilidades do aluno aperfeiçoar seu conhecimento é mais que decisiva no processo de aprendizado.
Sabe-se que a maneira como se pronuncia algo diz muito mais sobre o que se realmente quer dizer que o próprio discurso verbal mencionado. Isto é um pouco do que diz a Paralinguagem.
Ao término deste ano seremos diplomados em licenciatura em dança, mas alguns já estão a anos no mercado lecionando. Mesmo assim,é bom ressaltar que temos que ter o devido cuidado em como auxiliaremos o aluno neste aprendizado, já que este tem total percepção se um discurso está sendo dito para impressioná-lo, para ridicularizá-lo ou simplesmente, ajudá-lo a perceber novas possibilidades.
“A relação educador-educando não deve ser uma relação de imposição, mas sim, uma relação de cooperação, de respeito e de crescimento. O aluno deve ser considerado como um sujeito interativo e ativo no seu processo de construção de conhecimento. Assumindo o educador um papel fundamental nesse processo, como um indivíduo mais experiente.”.(VIGOSTSY).
Por isso, é obrigação do professor ter respeito ao conduzir o aluno. Sarcasmo e ironia ja foram muito utilizados sim, mas numa escola chamada de Tradicional, e utilizar este método não condiz com um discurso dito contemporâneo.

Caroline Pellegrini

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

. Estrutura sonora na composição coreográfica: uma escolha estratégica passível de muitas interpretações - Por Naiana Wöhlke Cé

Oi gente!

Estou colocando aqui algumas citações que estão norteando nosso trabalho...

Espero que sirvam para o de vocês também!

José Luiz Martinez, em sua pesquisa, a Intersemiose entre a Música e a Dança, pela confluência de dois meios de percepção simultâneos, o auditivo e o visual, a música em conjunto com os movimentos dos dançarinos numa forma que preserva a autonomia musical, possibilita sistemas próprios de organização interna, de representação, de percepção e de cognição, o que pode ampliar a quantidade de interpretações possíveis para um mesmo trabalho.
“O visual e o sonoro encontram-se inextricavelmente amalgamados: podem ser complementares, ilustrativos ou antagônicos, mas necessariamente se interconectam na formatação de uma linguagem híbrida que se origina na junção de dois sistemas de signos. Sendo responsáveis pelo crescimento e multiplicação dos códigos e linguagens, os meios (ou cada mídia em particular) produzem modificações específicas nas matrizes da linguagem.” (WOSNIAK, 2006).

Sendo assim, não se pode tratar da trilha sonora de uma obra como algo ingênuo, completamente inocente, visto que a linguagem da dança não é possível de ser interpretada separadamente da música quando ambas ocorrem simultaneamente.
O interessante, é que cada artista seja capaz de saber discernir aquilo que pode vir a ser utilizado em uma obra para causar o efeito desejado, e efetivar o processo de comunicação através das artes – neste caso, da dança e da música, mas sabendo que quanto maior o número de signos e linguagens em questão, maior a subjetividade da obra, e maior a margem para interpretações diversas.

By Nai

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

QUEM TROCA, CONSTRÓI......

Importante...

Thamy Baij

Pessoal, acho bem interessante que nós possamos utilizar esse nosso espaço aberto aqui, para trocarmos informações sobre a mostra. Mais especificamente sobre os nossos trabalhos. Devido ao pouco tempo disponível para debate, muitos de nós ficou com a sensação de vazio, sensação de que precisa conversar mais sobre as pesquisas. Sugestões, caminhos, respostas, pontos de vista. Creio que seja importante fazermos isso. Realmente para nos ajudarmos e nos interarmos dos trabalhos.

Por hora é isso, espero que comprem a idéia.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

FORMA DO FUNDO




Foto do ensaio...

Tecidos...

Ju Lorenzi

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Corpo Contemporâneo-----Ana Carolina Tannús

O corpo contemporâneo se trata de sua pele real que se reproduz a partir de imagens geradas por tecnologias digitais, criando mundos virtuais, os quais fazem as nossas ilusões se tornarem reais, por momentos que na maioria das vezes não são abolidos, como corpos irreais, vistos em revistas, televisões, outdoors, dentre outros formatos de visibilidade. As relações entre o cotidiano, a aparência, o artifício e as cirurgias encontram no ambiente de comunicação milhões de interessados de espectadores. Os recentes fenômenos como google, orkut, msn, blogs, fotologs, dentre outros da internet, são fenômenos expostos, olhados e vigiados. Tornando-se o foco de múltiplos olhares, “as pessoas não querem só informações da mídia, mas também ver- se, ouvir-se, participar e contar o próprio cotidiano para aquelas pessoas com quem convivem” (Maffesoli, 2004, p.23).

domingo, 14 de setembro de 2008

TEORIA DE BASE

abaixo segue um pouco do que estou escrevendo sobre a teoria de base que estou utilizando em minha pesquisa....

Para vocês um bocadinho de Teoria da Gestalt!!

O Gestaltismo surgiu na Alemanha por volta de 1910, e atuou principalmente no campo da teoria da forma e nele o ponto de interesse principal é a PERCEPÇÃO. “A teoria da Gestalt, extraída de uma rigorosa experimentação, vai sugerir uma resposta ao porquê de umas formas agradarem mais e ouras não” (Filho, 2000: 18). A teoria possui uma postura fenomenológica, se baseia em experimentações e coloca que o ser humano não pode perceber unidades visuais isoladas, mas sim relações, ou seja, uma parte na dependência de outra. Como exemplo disto pode-se citar a relação figura/fundo, que se faz imprescindível para a percepção visual de uma figura.

A teoria da Gestalt atribui ao “... sistema nervoso central um dinamismo auto-regulador que a procura de sua própria estabilidade, tende a organizar as formas em todos coerentes e unificados. Essas organizações (...) são, pois, espontâneas (...) independentemente de nossa vontade e de qualquer aprendizado” (Filho, 2000:19). Esta afirmativa pode ser exemplificada e justificada pelos efeitos de ilusão de ótica, que continuam a ocorrer mesmo depois que se tenha conhecimento delas e de como elas funcionam.

A Gestalt estabelece primeiramente uma divisão, do que denominam Forças de Organização da Percepção, em: Forças Externas, que seriam os estímulos que a retina sofre pela luz que provêm do objeto visual, e Forças Internas, caracterizadas por estruturarem as formas em uma determinada ordem e por terem origem num dinamismo cerebral que se explicaria pela própria estrutura do cérebro.

A partir destas idéias e de experiências práticas, são definidos então alguns princípios que regem as Forças Internas. São elas: Unificação, Segregação, Fechamento, Continuidade, Proximidade, Semelhança e Pregnância da Forma. Não cabe aqui, que eu me estenda na explicação de cada um deles, contudo ressalto que a Pregnância compõe a lei básica da percepção visual da Gestalt e define que : “Qualquer padrão de estímulo tende a ser visto de tal modo que a estrutura resultante é tão simples quanto o permitam as condições dadas” (Filho, 2000: 36). Além disso, as Forças Internas de organização da forma “tendem a se dirigir tanto quanto o permitam as condições dadas, no sentido da harmonia e do equilíbrio visual” (Filho, 2000, 36).



Beijinhos
Ju Lorenzi

Universo Vertebral por Letícia Honorio da Silva

A coluna vertebral é o principal conjunto de elementos do corpo humano, visto que é ela que dá sustentação, firmeza e mobilidade à todo o corpo tornando assim, o ser humano um ser independente.
Na dança, o corpo é utilizado em sua totalidade, abrangendo formas variadas de movimento. A coluna vertebral é usada ao extremo, desde uma simples posição ereta até a troca da base dificultando o equilíbrio e a estabilidade do corpo.
Partindo daí, surge a curiosidade sobre diversas possibilidades de movimento, posições que podem ser realizadas com a coluna vertebral, se é possível identificar claramente que partes da coluna vertebral são movimentadas para cada ação a ser realizada, entre muitos outros.
A coluna vertebral sob um ponto de vista de engenharia é de uma constituição perfeita. Imagienm a coluna de um prédio que tivesse que suportar toda a estrutura e ao mesmo tempo tivesse que movimentar esse prédio. Seria impossível. Mas a espinha faz isso. A coluna é formada por uma série de ossos denominados vértebras.
Poderemos ver a quantidade de vértebras existentes em nossa coluna vertebral, as regiões mais utilizadas, as de maior importância, assim como as diferentes formas que elas possuem.
As vértebras tem características regionais, mas de uma maneira geral, todas têm algo em comum: o corpo vertebral, o arco da vértebra, o forame vertebral, os processos transversos, s processos espinhosos, e os processos articulares (facetas).
A coluna é formada por uma série de ossos que se articulam entre si, permitindo desempenhar a sua função de, ao mesmo tempo, ser eixo de suporte do organismo e o apoio responsável por todos os movimentos do corpo.
A estrutura vertebral está dividida em duas unidades funcionais: o pilar anterior, coluna vertebral, constituída pela superposição de corpos vertebrais e discos intervertebrais.
Os movimentos da coluna vertebral dependem das pequenas articulações intervertebrais, as quais apresentam uma forma diferente nos diversos segmentos da coluna vertebral. Os músculos da coluna, de maneira geral, são muito grandes, constituindo provavelmente as maiores massas musculares do organismo.

Antero da Cunha e Silva Filho 4º Ano de Dança Bacharelado e Licenciatura - Início do Artigo Científico Conclusão de Curso 2008

Postagem referente ao 3º Bimestre - Antero da Cunha e Silva Filho
Início do Artigo Científico de Conclusão de Curso 2008 (14/09/08.)

Artigo – Conclusão de Curso 2008
“En Dansant Degas – Dançando Degas”


INTRODUÇÃO


En Dansant Degas fala especificamente sobre a poesia da obra de Edgard Degas, Foyer de Dança da Ópera. A pesquisa compreende estudos interdisciplinares, entre as Artes Visuais e a Dança.
O elevar-se sobre as pontas, a delicadeza, a imaginação tomando o lugar da lógica, o espiritual a expressividade e a mescla das três artes: a dança clássica a pintura, e a escultura tornam “En Dansant Degas” um estudo da tridimensionalidade do corpo no ballet clássico, somado as pinturas e esculturas de Degas, expressando delicadeza e harmonia, na qual a dança e o sentimento falam por si só.





Edgar Germain Hilaire de Gas: (Edgar Degas), nascido a 19 de julho de 1838, os jovens o apelidavam de “o pintor das bailarinas”, seu pai chamava-se Pierre Auguste, homem conhecido por seu refinamento e gosto pelas artes, sua mãe Célestine Musson. Seu pai o levava sempre à Ópera, para despertar seu interesse pela música, e o apresentava aos mais importantes colecionadores de quadros e artistas de Paris, alguns dos quais possuíam relevância na época, e alguns dos quais Degas conheceu e conviveu foram Édouard Valpinçon, colecionador, e Dominique Ingres, pintor.
Seu primeiro professor foi Barrias, que logo foi substituído por Louis Lamothe, medíocre discípulo de Dominique Ingres, o qual passava a Degas o que aprendia com seu mestre. Ingres disse a Degas e o mesmo nunca esqueceu: “Nunca desenhe a partir da natureza, meu jovem. Desenhe sempre de memória e segundo o trabalho dos grandes mestres!” Em uma de suas viagens a Itália, uma das mais importantes a de 1858, Degas escolheu uma rota mais longa para ir de Roma a Florença, e nessa viagem ele descreve o seu “amor pelo movimento” inspirado em Luca Signorelli .
Algumas características das técnicas utilizadas nas pinturas de Edgar Degas são importantes para a compreensão das telas citadas e estudadas neste trabalho.
Em suas obras Degas utilizava a cor convertendo-se em movimento, apuro e leveza de matizes. Segundo GONCOURT (sem ano) ele era influenciado por Manet, ele destacava rostos, pequenos detalhes de um quarto, movimentos de toda uma cena, retratou músicos de orquestra da Ópera, suas formas, como por exemplo: braços torcidos, os ombros dos violinistas, as bochechas inchadas do fagotista do oboísta, etc. Depois dele gravar as imagens em sua memória ele dava as imagens novo senso de espaço e luz, foi a partir deste momento da sua pintura, que Degas dá inicio as pinturas e obras além das cortinas. Degas com suas pinturas e estudos progredia para a definição de um estilo pessoal. O uso rigoroso da perspectiva e o senso de profundidade, a angulação aguda no assoalho, o forte senso do real que era dado pelo enquadramento das cenas e a descrição analítica dos detalhes e a perfeita disposição das figuras nas composições davam as suas obras um estilo próprio que denominou-se Impressionismo. Segundo GONCOURT (ANO, p.05) “O nome, criado com intenção de escárnio, viria a ser um prestigioso título de celebridade e inovação, mas a princípio era um estigma”. Degas possuía características do então denominado Impressionismo, mas preferia denominar-se realista, pois possuía características próprias.
Perfeccionista infatigável, com insaciável curiosidade pela vida, Degas não deixou de interessar-se pela escultura. GONCOURT (ANO) afirma que ele dedicou um tempo ao estudo do tridimensional das bailarinas, que deu a ele a oportunidade de aprofundar seus conceitos de volume e proporção, que resultou na escultura da Pequena Bailarina de Quatorze anos , ele dedicou muito tempo retratando as bailarinas e analisando cada movimento, atitude e posturas como diz
GONCOURT (ANO, p.05):

“De frente, por trás, de perfil ou viés, antes, durante e após o ballet. Focalizou sua leveza, equilíbrio, agilidade, o esforço, a tensão da Dança. Retratou-as atando as sapatilhas, sozinhas ou em grupo, em repouso ou exaustas após um ensaio ou espetáculo. Muitas vezes assistiu as aulas de dança dadas por Jules Perrot na Ópera. Usou todas as suas técnicas para pintar as bailarinas. Em algumas telas empregou linhas geométricas de arquitetura, para subdividir o espaço em áreas onde arranjava as figuras com agudo senso de perspectiva. Basta olhar Aula de Ballet para se compreender que as linhas diagonais do assoalho oferecem apoio dinâmico à composição e definem a função equilibradora e estrutural da figura do professor à frente das alunas”.

O que interessava mais a Degas era o problema de representar o espaço. Segundo GONCOURT (ANO, p.06):

“Em ensaio de ballet em 1877, as bailarinas em tutus balouçantes dançam ao longo da extensão dos eixos diagonais, espalhadas em grupos sobre a superfície oblíqua do palco; a luz que as recobre acentua a graça dos movimentos. Ele explora aqui o próprio conceito de Dança, como arte, trabalho, disciplina e, também rotina. Não se permite a idealização sentimental da mulher.”

sábado, 13 de setembro de 2008

A caverna que existe no corpo!!

Venho explorando aspectos da minha voz que denomino em minha pesquisa como cavernas que encaminham o movimento do som para fora do meu corpo!!!

Desvendar espaços no corpo é algo que venho relacionando com o conhecimento dos aparelhos respiratório, fonador e ressonador, saber da existencia pela movimentação de sons traz sensações de liberação de fluxos e estados instintivos de consciencia, impreções que causam euforia ao inspirar e expirar por movimentos e gestos sonoros são alguns momentos que divido com voçês aqui!!!!!!!!

Acreditem colegas que a melhor forma de confirmar um problema é explora-lo no próprio corpo e chegar na concretude de formas, sons, gestos instintivos de respiração, grunhidos e pronunciar consoantes e vogais me leva a sensações de processos evolutivos de como é fantastico as capacidades de se comunicar pelo verbo!!!!

Gabriel Bueno

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

OLHAR E FAZER, Por Carolina Camargo De Nadai

OLHAR E FAZER

A dança é uma atividade que gera relações intersubjetivas entre as pessoas; seu significado não se encontra no movimento, mas sim na relação. Por ser uma atividade de quantidades e sensações imensuráveis e por ser expressiva e comunicativa, a dança torna-se complexa e curiosa. Cientistas tentam desvendar os mistérios da neurociência da dança.
Uma das hipóteses da origem neurológica do prazer em “olhar” a dança está nos neurônios espelhos. “... a dança exige um tipo de coordenação interpessoal no espaço e tempo quase inexistentes em outros contextos sociais.” (BROWN S. e PARSONS L. M. 2008). Os neurônios espelhos estabelecem uma relação de projeção virtual a uma imagem. Segundo os autores do artigo “A neurociência da dança”:

“Áreas cerebrais específicas se tornam ativas preferencialmente quando as pessoas observam passos que já dominavam. Ou seja, será possível que existam áreas cerebrais que se ativam quando dançarinos de balé assistem uma apresentação de balé, mas não, por exemplo, quando assistem uma apresentação de capoeira?”


Referência:
-BROWN, S. e PARSONS, L. M. - A neurociência da dança. - IN Scientific American Brasil. Agosto 2008. Número 75. P.66

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Um pouco do que eu pretendo fazer para mim e para meus bailarinos dançarem
O Movimento Genuíno e o Sistema Laban/Bartenieff
Na busca do movimento corporal natural e singular
Manoela de Paula Ferreira

Criado entre 1950-1960 por Mary Starks Whitehouse o Movimento Genuíno, segundo Reis, “consistiu na investigação das conexões entre a psicologia junguiana, por meio da Imaginação Ativa e os símbolos e conteúdos revelados no movimento corporal” (REIS, 2008, 122). O movimento Genuíno é uma maneira de improvisação, que trabalha com as possibilidades de movimento do corpo fazendo com que ele tenha uma livre criação, estando conectado com o interno (seu corpo) e externo (espaço que o rodeia), numa relação sem fim, como no modelo Conceitual do Anel de Moebius[1].
Esta técnica busca a escuta corporal e o que esses impulsos internos tem de movimento que até então eram escondidos por movimentos vindos como resposta a agentes externos ao corpo. São utilizadas para isso nas execuções de movimento as relações entre o espaço interno (impulso corporal) e externo (corpo em movimento no e com o espaço). Nessa investigação, nada externo ao corpo que possa ser um estímulo é utilizado, permitindo assim que ele se movimente do seu modo. A ausência de música, ou qualquer forma de som (fator externo), faz com que o corpo busque nele a relação consigo e com o espaço, sem a soberania da “mente pensante”.
Do mesmo modo o sistema Laban/Bartenieff trabalha com a escuta do corpo ao nível de interação e conexão. Este sistema foi desenvolvido por Irmgard Bartenieff (discípula de Laban) com a colaboração de Warren Bamb (aluna de Laban) que se basearam nas pesquisas de Rudolf Von Laban (Bratislava 1879- Inglaterra 1958). Laban “deu início ao delineamento de uma linguagem apropriada ao movimento corporal, com aplicações teóricas, coreográficas, educativas e terapêuticas” (FERNANDES, 2001, p.9).
O Sistema Laban/Bartenieff une quatro categorias Corpo, Expressividade, Forma e Espaço, sendo Corpo, referente ao que se move, baseado nos princípios e práticas desenvolvidas por Bartenieff e sua aluna Bonnie Baibridge. Expressividade é o como nos movemos, trata-se das teorias e práticas desenvolvidas por Laban, em que as qualidades do movimento expressam a atitude interna do indivíduo com relação aos quatro fatores: fluxo, espaço, peso e tempo. Forma é o como nos movemos, refere-se a mudanças no volume do nosso corpo em movimento em relação a si mesmo e aos outros corpos. Pode ser dividido em três tipos: forma fluida, forma direcional e forma tridimensional. Espaço, desenvolvida por Laban, refere-se a onde nos movemos, é a arquitetura do espaço no movimento humano.
Segundo Reis (2008, p. 23) “originária de uma visão holística (da Educação Somática) este sistema integra o corpo do ser humano em movimento com e no espaço (interno, de seu próprio corpo e externo, no espaço dinâmico)”. Há também uma interrelação entre corpo, mente e emoções nesse ambiente de encontro entre o externo e o interno ao corpo que se vê aplicado o modelo Conceito de Moebius. É essa relação que permite que o corpo interaja com suas imagens e sensações fazendo com que o indivíduo perceba sua natureza complexa, pessoal e por isso única.

[1] Anel de Moebius ou Figura Oito ou Infinito, criada a partir da junção das duas extremidades de uma faixa, torcendo-se uma das pontas, esta figura não possui separação entre o dentro e o fora. É o que Lanan denominou de Lemniscate. Ela trabalha com a continuidade do processo do movimento sempre se entrelaçando.

Referências Bibliográficas

FERNANDES, Ciane. Cadernos Cedes, ano XXI, número 53, abril, 2001;
____________. O Corpo em Movimento. São Paulo, ANNABLUME, 2006;
GUALBERTO, Carolina, L. Signo-relé: um caminho para a percepção da dança In: LOBATO, Lúcia (org). Diálogos com Dança. Salvador, PEA, 2004;

REIS, Andréia. HIBRIDUS CORPUS: Interação e trans-formação. In: FERNANDES, Ciane e REIS, Andréia (orgs). Cadernos do GIPE-CIT. Bahia,PPGAC 2008;

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Uma hora vai.....

Thamy Baij





Depois de muitas indas e vindas, cá estou eu, com um bom norte estabelecido na minha pesquisa de TCC. Acho importante ressaltar aqui, o quanto o processo realmente leva a "algum lugar", mesmo que não acreditemos.
Tenho pensando e vi o quanto somos mentirosos para nós mesmos e tentamos nos esconder atrás de "falsas verdades". Falsas, porque as afirmamos apenas com o intuito de trazer algum tipo de segurança. Durante longo período me prendi a linhas, livros, músicas, procedimentos, resumos, textos, e mais textos..... quando vi, lá estava eu vivendo a dicotomia que discutimos a 4 anos. Como isso está no meu corpo? E essa pergunta martelava incessantemente. Cansei de lembrar-me das inúmeras vezes que ouvi sobre a integração do corpo, que prática não se dissocia da teoria. Mas no meio do emaranhado que eu havia criado, como defender esse discurso que parecia tão digerido na "teoria" (parece bizarro, mas é isso).
Foi necessário uma rebelião, minha - comigo mesma (se é que se pode dizer assim), para que descobertas começassem a surgir. Repeti para mim mesma: Thamy, teu corpo é o teu instrumento. Comecei a quebrar as dificuldades, estabelecer relações, sentir (verdadeiramente sentir) o que tudo que eu tinha engolido (em forma de teoria), realmente veio parar na minha movimentação. Descobri-me.
Juro, a vontade era de chorar. É bom, inexplicavelmente bom.

Nós só não podemos deixar de acreditar que o nosso tema nos leva SIM a algum lugar. Só precisamos de mais corajem, mais audácia.

Enfim, depois eu posto os caminhos que meu trabalho está trilhando. Por hora, precisava "compartilhar", apenas.

sábado, 6 de setembro de 2008

Escrever... sobre?

Por: Caroline Martins.


Por incrível que pareça eu gosto de ler e de escrever.
Sou fã de escrever cartas, escrevo melhor o que sinto para os outros do que falo, amo ler livros e poesias, adoro frases de autores famosos...passo horas pesquisando textos e sou apaixonada por letras de música!
Mas quando tenho que ler um texto sobre, sei lá, a história da Psicologia, BMC, ou qualquer assunto que não é do meu sincero interesse, fico rebelde e preguiçosa, e se tem que escrever um artigo, por exemplo, sobre algo coerente com um Blog da faculdade...num piscar de olhos as palavras fogem...
É porque eu não estou pesquisando nada? Porque nada me interessa? Claro que não!
Mas porque eu tenho um problema sério com escolhas, e nunca consigo decidir : Afinal qual é a coisa no momento que está realmente me instigando e que me dá uma louca vontade de escrever?
Eu tenho tantas coisas das quais poderia escrever...adoraria falar do meu TCC, mas ele tá sendo feito numa velocidade tão lenta e com tantas mudanças e não quero colocar nada aqui só para "encher lingüiça", e dizer "ufa, pronto, escrevi algo que tem a ver com os outros artigos daqui..."
Falaria sobre as experiências dos estágios, falaria sobre a arte, a dança, sobre tudo o que a "dança" tem de útil e é desconhecido pela maioria da sociedade, e que nós, batalhadores sabemos e é por isso que não a abandonamos e fizemos desta arte , nossa filosofia de vida. Bem , aí está uma escolha da qual eu fiz, e não tive dificuldades, na verdade as dificuldades vieram depois desta escolha...mas já aprendi nessa curta vida que toda decisão implica em riscos e conseqüências, e que tudo o que acontece de bom e ruim, faz parte...simples assim.
Por favor, me diga para fazer uma análise de um filme, de um livro, mas não me diga: Escreve aí, algo que você acha interessante pro Blog e para a comunidade artística...Eu? Ter que escolher? Ah não!! Prefiro então aqui mais uma vez escrever algo que nada tem a ver com o que todos estão acostumados a ler...e olha que essa já é minha terceira tentativa!!
"Ai Meu Deus! O Gian vai querer minha alma, a Rose então, deve me achar uma perdida..." Mas , quer saber? Outra coisa que aprendi também...devemos nos aceitar como somos e não ser aquilo que os outros esperam... mudar o que precisamos, claro, mas dentro de um tempo possível, eu passei a vida inteira ouvindo, obedecendo, executando... e vou demorar muito tempo para aprender a falar o que eu penso, a me impor e a executar coisas do jeito que seja melhor para o meu corpo...também não sou uma múmia e sei muito bem o que quero, sei onde estou e sei para onde vou, e considero isso bem importante...
Devido a fatos recentes e particulares (que misteriosa, hehe) percebi o quão frágil é a vida e também o que realmente tem valor para mim. Claro que valorizo a minha carreira, mas tudo tem seu tempo, tudo tem sua hora, sei que não estou jogando nada fora, estou aqui cumprindo tudo, observando e aprendendo, só não estou ultrapassando meus limites...e essa também é uma escolha minha no momento.
Talvez eu saiba sim fazer algumas escolhas, e creio que a faculdade faz parte desse meu árduo e demorado aprendizado...
Escolho ficar por aqui, desculpem se não é nada sobre a dança e seus paradigmas ou suas interfaces, mas enfim, como disse Thereza Rocha no seminário DANÇAR É ESQUECER do Festival de Dança de Joinville: "a dança se diz de muitas maneiras...", quem sabe essa seja a minha maneira de dizê-la quando me utilizo, não do corpo, mas de palavras ?
Escolhas...será este o assunto deste texto?