terça-feira, 6 de maio de 2008

Corpo Político

Comecemos nossa discussão estabelecendo o fato de que toda obra contemporânea que tem uma construção baseada em relações feitas entre intérprete-criador e ambiente,ou seja, a grande maioria afim de compartilhar seu conteúdo com o público, inquestionavelmente, carrega consigo uma crítica sócio-política. Pois o que se espera de uma obra contemporânea é o fato de discutir, questionar e propor transformações às questões que constroem os pensamentos de um sistema social. Tomemos também como referência o fato de que conteúdo de uma obra coreográfica, performance ou qualquer manifestação artística contemporânea é uma tomada de partido sobre um determinado assunto que está sendo discutido pela ação executada em cena.
Neste caso se o intérprete tem a responsabilidade sobre os assuntos e opiniões que estão em seu discurso corporal, proponho uma discussão sobre o fato de que o artista ao estabelecer seu espaço performático como ambiente aliado a politicidade, deve usá-lo para a construção de pensamentos críticos aos espectadores-participantes da obra? (levando em consideração que o público constrói a ação coreográfica sendo participante da mesma).
Se o artista expõe seus questionamentos e opiniões deixando claro o contexto a que está referindo, consegue revisitar idéias pré-estabelecidas pela sociedade podendo assim causar transformações. Portanto, creio que não se utilizar tais possibilidades há uma certa dose de descaso para com as pessoas que constroem o ambiente político-cultural ao qual estão inseridas.
Por Déborah Atherino

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