sexta-feira, 4 de julho de 2008

Regras: cumprir ou subverter?

É muito interessante como afinamos nosso olhar, nossa percepção quando estamos envolvidos em um trabalho e voltamos nossa atenção para isso. Não sei se com todos, mas percebo que quase tudo que ouço, vejo, presencio, faço relações como minha pesquisa. Basicamente meu tema fala sobre estratégias de subversão a regas, padrões e censuras. Toda esta problemática da minha pesquisa partiu de uma discussão sobre a arte no período da ditadura militar no Brasil, quando a arte brasileira foi “obrigada” a criar estratégias para burlar a censura e expressar suas questões.
No entanto, passado o período, pode-se perceber que desta censura e subversão criaram-se novas possibilidades e movimentos artísticos, enriquecendo o caráter artístico do país.
Com propostas de pesquisa e orientações, a pesquisa foi rumando para um caminho mais sucinto, pontuando o corpo atual como receptor da regra e agente na mesma, afunilando mais o tema e focando a proposta de acordo com os “ensaios”, que estará articulando dança e instalação. A escolha por um este tipo de apresentação, amplia a idéias de subversão a um padrão, além de lidar com o imprevisto, já que o público será co-autor da obra.
Parto, a principio, de duas hipótese: subverter uma regra quando esta é questionada e não faz sentido ou impede uma progressão, ou não acontece o questionamento e muitas vezes cumprimos uma regra por cumprir, alienados ou acomodados. No entanto este cumprimento não se dá sempre de um mesmo jeito: ocorre uma adaptação e se puder, desta surge uma reflexão.
Na última experimentação para a apresentação cênica, um work in process realizado na faculdade, percebei que muitas pessoas entraram no jogo proposto com o intuito de subverte e modificar algumas estruturas sem sair do mesmo. Outras, como constatei após a performance perguntado para os participantes, entraram por curiosidade para saber o que aconteceria, visto que não tinha um objetivo claro para se entrar no jogo.
As coisas que surgiram influenciaram muito no andamento da pesquisa, como por exemplo, questionar mais o papel do público no trabalho e como chamar a atenção deste para entrar nas estrutura instaladas. Também percebi que o foco não é propor um jogo para público e bailarino resolverem, mas que existem dois núcleos no trabalho: uma regra ou lógica para o público entrar na apresentação, e outro que os bailarinos estarão investigando, sobre regras, subversão e etc. A regra e a subversão apareceram no work in process, no entanto agora é necessário focar e perceber o por quê e para que de cada uma.
Quem conhecer algum material que fale sobre algum ponto da minha pesquisa, serei grata pela indicação. Além de estar aberto o espaço para sugestões, opiniões e etc...


Obrigada

Thaís Catharin

Nenhum comentário: