sábado, 6 de setembro de 2008

Escrever... sobre?

Por: Caroline Martins.


Por incrível que pareça eu gosto de ler e de escrever.
Sou fã de escrever cartas, escrevo melhor o que sinto para os outros do que falo, amo ler livros e poesias, adoro frases de autores famosos...passo horas pesquisando textos e sou apaixonada por letras de música!
Mas quando tenho que ler um texto sobre, sei lá, a história da Psicologia, BMC, ou qualquer assunto que não é do meu sincero interesse, fico rebelde e preguiçosa, e se tem que escrever um artigo, por exemplo, sobre algo coerente com um Blog da faculdade...num piscar de olhos as palavras fogem...
É porque eu não estou pesquisando nada? Porque nada me interessa? Claro que não!
Mas porque eu tenho um problema sério com escolhas, e nunca consigo decidir : Afinal qual é a coisa no momento que está realmente me instigando e que me dá uma louca vontade de escrever?
Eu tenho tantas coisas das quais poderia escrever...adoraria falar do meu TCC, mas ele tá sendo feito numa velocidade tão lenta e com tantas mudanças e não quero colocar nada aqui só para "encher lingüiça", e dizer "ufa, pronto, escrevi algo que tem a ver com os outros artigos daqui..."
Falaria sobre as experiências dos estágios, falaria sobre a arte, a dança, sobre tudo o que a "dança" tem de útil e é desconhecido pela maioria da sociedade, e que nós, batalhadores sabemos e é por isso que não a abandonamos e fizemos desta arte , nossa filosofia de vida. Bem , aí está uma escolha da qual eu fiz, e não tive dificuldades, na verdade as dificuldades vieram depois desta escolha...mas já aprendi nessa curta vida que toda decisão implica em riscos e conseqüências, e que tudo o que acontece de bom e ruim, faz parte...simples assim.
Por favor, me diga para fazer uma análise de um filme, de um livro, mas não me diga: Escreve aí, algo que você acha interessante pro Blog e para a comunidade artística...Eu? Ter que escolher? Ah não!! Prefiro então aqui mais uma vez escrever algo que nada tem a ver com o que todos estão acostumados a ler...e olha que essa já é minha terceira tentativa!!
"Ai Meu Deus! O Gian vai querer minha alma, a Rose então, deve me achar uma perdida..." Mas , quer saber? Outra coisa que aprendi também...devemos nos aceitar como somos e não ser aquilo que os outros esperam... mudar o que precisamos, claro, mas dentro de um tempo possível, eu passei a vida inteira ouvindo, obedecendo, executando... e vou demorar muito tempo para aprender a falar o que eu penso, a me impor e a executar coisas do jeito que seja melhor para o meu corpo...também não sou uma múmia e sei muito bem o que quero, sei onde estou e sei para onde vou, e considero isso bem importante...
Devido a fatos recentes e particulares (que misteriosa, hehe) percebi o quão frágil é a vida e também o que realmente tem valor para mim. Claro que valorizo a minha carreira, mas tudo tem seu tempo, tudo tem sua hora, sei que não estou jogando nada fora, estou aqui cumprindo tudo, observando e aprendendo, só não estou ultrapassando meus limites...e essa também é uma escolha minha no momento.
Talvez eu saiba sim fazer algumas escolhas, e creio que a faculdade faz parte desse meu árduo e demorado aprendizado...
Escolho ficar por aqui, desculpem se não é nada sobre a dança e seus paradigmas ou suas interfaces, mas enfim, como disse Thereza Rocha no seminário DANÇAR É ESQUECER do Festival de Dança de Joinville: "a dança se diz de muitas maneiras...", quem sabe essa seja a minha maneira de dizê-la quando me utilizo, não do corpo, mas de palavras ?
Escolhas...será este o assunto deste texto?


2 comentários:

Anônimo disse...

Eu não tenho jeito mesmo...

Anônimo disse...

Escolhas.
Ao escolher algo, voce decide descartar outras coisas. Ao descartar outras coisas e escolher algumas, significa entrar numa caixinha de rótulos e definições. Escolher dança contemporânea ou dança de rua implica não apenas em escolher uma dança, mas toda uma forma de comunicação,toda uma estética,uma cultura, regras e definiçoes que vem envoltas destas escolhas. Ficar calada, é acatar com o que será decidido por quem nao ficou. Comunicar o mesmo algo de maneira sutil ou arrogante, divertida ou grosseira modifica completamente o conteúdo da mensagem.
"Nao sabemos o que queremos, mas sabemos muito bem o que nao queremos",já era o lema dos modernistas.
Ser um profissional em dança, mais que utilizar o corpo para mostrar alguma estética, é ter necessidade de comunicar.Ficar imovél comunicará tanto quanto nao ficar. Se as duvidas persistem, dance-as. O mundo nao precisa de certezas, mas de perguntas.
bejos minha libriana.