terça-feira, 30 de setembro de 2008

O CORPO E A MODA

Desde a década de 90,a moda assumiu uma multiplicidade de tendências que nos permite dizer que,atualmente,tudo é permitido vestir.Ao contrário do que mostrou a moda, desde o seu surgimento na Idade Média até meados do século XX, não pode-se mais verificar uma “ditadura” que determina,principalmente às mulheres,o que devem ou não vestir.O corpo, que até então era suporte da roupa,assume um lugar de destaque,confundindo-se com figurino,não é mais escondido sob estruturas com formas diversas,mas molda a própria roupa em modelos colantes ou decotados que criam o novo vestir que tem o próprio corpo como objeto da moda.
Vivemos uma atual explosão de culto ao corpo ,maximizada em nossos tempos pelas facilidades oferecidas pela medicina estética,e conseqüente elevação do status do corpo na moda.
Não é de hoje que as mulheres buscam apoio em artifícios para valorizar partes do corpo e esconder a ação do tempo sobre os mesmos. Desde a antigüidade isto já era visível,por exemplo,antes da existência do sutiã,as mulheres usavam suportes que sustentavam e erguiam os seios.Gregas e romanas,por exemplo, utilizavam um corpete de couro,pois seios grandes não eram muito apreciados em Roma.
Durante a história da moda,o corpo era desenhado pela estrutura da indumentária que o recobria,a “ditadura” da moda moldava os corpos,sempre mais severa com as formas femininas e o corpo percebido era o que se via por cima da roupa.
Na Idade Média é que surge a moda como conhecemos hoje,mostrando mais algumas partes do corpo do que outras,de acordo com a cultura do lugar e as exigências da época.
A partir da década de 60,a roupa passa a ser mais curta,mais justa,menos estruturada,deixando partes do corpo à mostra e criando uma nova relação corpo/roupa dando cada vez mais liberdade ao corpo.
Dos anos 80 até os dias atuais,são identificadas mais de uma maneira correta de vestir,os ciclos são cada vez mais curtos e as mudanças,cada vez mais rápidas.A imagem torna-se o imperativo da moda,e o que está na moda é ser jovem,magro e “sarado”.Revistas que evidenciam a boa forma se multiplicam nas bancas,o corpo torna-se mais evidente do que a roupa em si.
Chegamos na era da customização do corpo.Mulheres estão substituindo o espartilho que antes lhes conferia a forma desejada,por mudanças internas e radicais.Uma lipoescultura ou extrair um par de costelas reduz rapidamente alguns centímetros de cintura.O corpo então encontra-se,depois de séculos de sacrifícios e torturas:liberado.SERÁ?É contraditório.Nos livramos da tortura do espartilho e viramos escravas da dieta.Livres das estruturas que garantiam a silhueta da moda,não nos resta outra alternativa senão emagrecer de verdade!E aguardar a próxima tendência.

Anna Kristhine Knapp

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