domingo, 14 de setembro de 2008

Antero da Cunha e Silva Filho 4º Ano de Dança Bacharelado e Licenciatura - Início do Artigo Científico Conclusão de Curso 2008

Postagem referente ao 3º Bimestre - Antero da Cunha e Silva Filho
Início do Artigo Científico de Conclusão de Curso 2008 (14/09/08.)

Artigo – Conclusão de Curso 2008
“En Dansant Degas – Dançando Degas”


INTRODUÇÃO


En Dansant Degas fala especificamente sobre a poesia da obra de Edgard Degas, Foyer de Dança da Ópera. A pesquisa compreende estudos interdisciplinares, entre as Artes Visuais e a Dança.
O elevar-se sobre as pontas, a delicadeza, a imaginação tomando o lugar da lógica, o espiritual a expressividade e a mescla das três artes: a dança clássica a pintura, e a escultura tornam “En Dansant Degas” um estudo da tridimensionalidade do corpo no ballet clássico, somado as pinturas e esculturas de Degas, expressando delicadeza e harmonia, na qual a dança e o sentimento falam por si só.





Edgar Germain Hilaire de Gas: (Edgar Degas), nascido a 19 de julho de 1838, os jovens o apelidavam de “o pintor das bailarinas”, seu pai chamava-se Pierre Auguste, homem conhecido por seu refinamento e gosto pelas artes, sua mãe Célestine Musson. Seu pai o levava sempre à Ópera, para despertar seu interesse pela música, e o apresentava aos mais importantes colecionadores de quadros e artistas de Paris, alguns dos quais possuíam relevância na época, e alguns dos quais Degas conheceu e conviveu foram Édouard Valpinçon, colecionador, e Dominique Ingres, pintor.
Seu primeiro professor foi Barrias, que logo foi substituído por Louis Lamothe, medíocre discípulo de Dominique Ingres, o qual passava a Degas o que aprendia com seu mestre. Ingres disse a Degas e o mesmo nunca esqueceu: “Nunca desenhe a partir da natureza, meu jovem. Desenhe sempre de memória e segundo o trabalho dos grandes mestres!” Em uma de suas viagens a Itália, uma das mais importantes a de 1858, Degas escolheu uma rota mais longa para ir de Roma a Florença, e nessa viagem ele descreve o seu “amor pelo movimento” inspirado em Luca Signorelli .
Algumas características das técnicas utilizadas nas pinturas de Edgar Degas são importantes para a compreensão das telas citadas e estudadas neste trabalho.
Em suas obras Degas utilizava a cor convertendo-se em movimento, apuro e leveza de matizes. Segundo GONCOURT (sem ano) ele era influenciado por Manet, ele destacava rostos, pequenos detalhes de um quarto, movimentos de toda uma cena, retratou músicos de orquestra da Ópera, suas formas, como por exemplo: braços torcidos, os ombros dos violinistas, as bochechas inchadas do fagotista do oboísta, etc. Depois dele gravar as imagens em sua memória ele dava as imagens novo senso de espaço e luz, foi a partir deste momento da sua pintura, que Degas dá inicio as pinturas e obras além das cortinas. Degas com suas pinturas e estudos progredia para a definição de um estilo pessoal. O uso rigoroso da perspectiva e o senso de profundidade, a angulação aguda no assoalho, o forte senso do real que era dado pelo enquadramento das cenas e a descrição analítica dos detalhes e a perfeita disposição das figuras nas composições davam as suas obras um estilo próprio que denominou-se Impressionismo. Segundo GONCOURT (ANO, p.05) “O nome, criado com intenção de escárnio, viria a ser um prestigioso título de celebridade e inovação, mas a princípio era um estigma”. Degas possuía características do então denominado Impressionismo, mas preferia denominar-se realista, pois possuía características próprias.
Perfeccionista infatigável, com insaciável curiosidade pela vida, Degas não deixou de interessar-se pela escultura. GONCOURT (ANO) afirma que ele dedicou um tempo ao estudo do tridimensional das bailarinas, que deu a ele a oportunidade de aprofundar seus conceitos de volume e proporção, que resultou na escultura da Pequena Bailarina de Quatorze anos , ele dedicou muito tempo retratando as bailarinas e analisando cada movimento, atitude e posturas como diz
GONCOURT (ANO, p.05):

“De frente, por trás, de perfil ou viés, antes, durante e após o ballet. Focalizou sua leveza, equilíbrio, agilidade, o esforço, a tensão da Dança. Retratou-as atando as sapatilhas, sozinhas ou em grupo, em repouso ou exaustas após um ensaio ou espetáculo. Muitas vezes assistiu as aulas de dança dadas por Jules Perrot na Ópera. Usou todas as suas técnicas para pintar as bailarinas. Em algumas telas empregou linhas geométricas de arquitetura, para subdividir o espaço em áreas onde arranjava as figuras com agudo senso de perspectiva. Basta olhar Aula de Ballet para se compreender que as linhas diagonais do assoalho oferecem apoio dinâmico à composição e definem a função equilibradora e estrutural da figura do professor à frente das alunas”.

O que interessava mais a Degas era o problema de representar o espaço. Segundo GONCOURT (ANO, p.06):

“Em ensaio de ballet em 1877, as bailarinas em tutus balouçantes dançam ao longo da extensão dos eixos diagonais, espalhadas em grupos sobre a superfície oblíqua do palco; a luz que as recobre acentua a graça dos movimentos. Ele explora aqui o próprio conceito de Dança, como arte, trabalho, disciplina e, também rotina. Não se permite a idealização sentimental da mulher.”

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